1 de out. de 2010

Bob Marley LTDA. (Jorge E.)




Você sabe quem é o cara da foto acima? Pra quê saber, né? Você deve estar pensando: o que esse “tiuzinho” tem a ver com Bob Marley? Pra muitos “maconheiros” e quando digo muitos, digo quase todos, nem imaginam que por trás das camisetas, CDs, vídeos e Cannabis estampadas em bandeiras da Jamaica, existe uma filosofia que vai além da moda dos Dreadloks. Que no centro da cidade, custam em média R$ 120,00 para fazer de você um “Rastamam Style”. Ficamos vendo a cena Reggae de hoje e a conclusão que chegamos é deprimente. Cadê a essência que Marley pregava? Hoje a formula é essa: Camisa do Bob + cabelo dread + maconha + CD do Planta & Raiz = Um jovem sem cultura, sem ideais e se sentindo o rebelde. Sem contar que Bob Marley se tornou sinônimo de capitalismo. Tudo do Bob vende muito. Outro dia na Johnny B. Good vimos até cueca do Bob! O nome Marley gera bilhões de dólares pelo mundo e no Brasil não é diferente. Quantos tributos ao Bob você já foi ou ouviu falar que ia ter? Vários! Tudo isso gera capital para os organizadores ou você pensa que alguma parte dessa renda vai para obras assistências?
Estávamos no tributo ao Bob e vimos a cena mais deplorável do reggae brasileiro. No meio de todo comércio capitalista e podre que disputava cada milímetro em um raio de 200 metros para venda de produtos “a La Marley”, a polícia espancava e abusava da autoridade no dia em que a paz irônica e hipócrita seria celebrada.
Fazendo uma análise, mesmo que superficial do acontecido, veremos que esse poderá ser o futuro do reggae brasileiro. Um aglomerado leproso de “boyzinhos rebeldes” que adoram cantar “War”, mas não sabem o que a música significa!
O reggae brasileiro não é constituído apenas de maças podres, há uma minoria que ergue a bandeira do “Tiuzinho” da foto. Bandas e pessoas engajadas na causa existem e muitas por sinal, mas como tudo que é bom no Brasil vem com o selo “independente”, a grande massa não ouve seus nomes e nem escutam seus discursos.
Bandas como Adão Negro e Ponto de Equilíbrio dificilmente abrirão um show do “Maxi Priest”, por exemplo. Elas não vendem! São o esgoto da indústria reggeira. Agora quando o assunto é venda de discos, aí podemos dizer dúzias de nomes e bandas que não tem nada pra falar em prol da cultura reggae. Tudo hoje em dia que é oferecido a massa já vem estragado, pois jogam o lixo para o povo! Continuamos observando a cena e lastimando tamanha distorção de ideais.
Bob Marley pregava o Rastafarianismo que tem como ícone o Imperador da Etiópia, cujo nome era Hailê Sallasiê Tafari I ou Jah Rastafari. Que lutou contra Mussoline e contra o facismo na Segunda Guerra Mundial. Esse “tiuzinho” na capa da revista Time é nada mais que Jah Rastafari o reis dos reis, senhor dos senhores, leão da tribo de Judá.
Ou você pensou que Jah era o nome de um lugar onde havia uma tribo?

Agradecimentos Especiais: Marcelinho que lançou essa idéia no antigo site do F.U.G.A. (2001). A meu irmão Fernando (Mélvis) que traz o reggae no peito e no contra-baixo.E a todos que conheço que fazem o Reggae verdadeiro com alma e atitude!

Um comentário:

  1. Vou responder diversos e-mails que indagaram o mesmo ponto sobre esta coluna. - Esta coluna é de 2001 e eu publiquei ela sem uma atualização simplismente porque o "caso" continua o mesmo, hoje o Ponto de Equilibrio ja não é mais indepente e abre show gringo... Mas a essência desta coluna é a mesma, hoje vc acha bandas tocas, as enganjadas e as pops... Tudo igual.. é esse o sentido!

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