Coisas que nunca falei nessa vida (Jorge E.)

Coisas que nunca falei nessa vida
Por: Jorge E.
Revisado por: Monalisa Pontes

Outro dia me perguntaram se eu sou um cara sem coração. Questionei o porquê da pergunta. A resposta foi uma coisa que me fez pensar muito, mas muito mesmo:
- Você nunca escreve sobre o amor!
O que dizer?! Vai ver que é verdade mesmo. Até concordo com isso! Mas o que eu posso falar sobre o amor? De dez pessoas na rua, pergunte quantas tem um amor e quantas tem um desamor? Duvido que a maioria responda a primeira opção. Talvez você ache que eu vá falar das minhas experiências amorosas, que por sinal foram todas horríveis. Todas não! Tive algumas que já bastaram pra saber que quem ama um dia chora! E que no final de tudo é você e seu travesseiro...só e mais ninguém. Mas o amor também pode mudar o mundo. Como diz Marcelo Yuka “...amor que me tirou a arma da mão...”
Se as pessoas amassem mais, talvez esse mundo fosse diferente. Talvez tudo melhorasse e quem sabe toda essa Babilônia não estaria crescendo a nossa volta.
Mas existe o amor pelas coisas ruins, existe, por exemplo, o amor pelo dinheiro, o amor pelo poder. Isso também prova que o amor pode “às vezes” não ser uma coisa boa se canalizado para o mal.
E quem há de ir contra a força de um amor doentio? De um amor possessivo? De um amor cruel? Ninguém nesse mundo tem esse poder! Nem todo o amor de Cristo fez ele se livrar de sua cruz. Nem todo amor de Gandhi fez ele se livrar de um tiro.
E os que morrem de amor? E aquela dor no peito? Amor vira ódio em segundos e em segundos um castelo cai e seu mundo desaba bem diante de seus olhos. Coisas do amor... Coisas do desamor...
Eu escrevo há anos sobre o amor, sobre o amor a uma causa que pra mim é tudo nessa vida. Meu amor verdadeiro é o que escrevo, é o que tento fazer com que todos entendam em minhas letras, colunas e palavras. Nós precisamos ter amor no que acreditamos, para que um dia o nosso sonho seja realidade.
Precisamos ensinar as crianças a amarem seus País, a amarem a vida, e serem pessoas melhores quando crescerem. É disso que precisamos! Precisamos amar alguém, precisamos ser amados, precisamos ouvir uma canção do Marvin Gaye e lembrar de alguém. Se todo mundo tivesse um amor eu duvido que teríamos tempo pra pensar em coisas ruins. Precisamos ter paciência para enxergar um amor verdadeiro, para evoluir seu amor pela música, por exemplo, e para viver um grande amor.
Mas somos seres humanos falhos! E o amor se perde no cromado da “Ponto Quarenta” que faz o moleque da rua se perder no amor ao poder e ao dinheiro.
O amor se perde na traição da mulher casada sem escrúpulos que quer status de “Puta” na Mercedes do “boyzão” de 25 anos que nunca trabalhou na vida e tira onda na “quebrada” distribuindo “amor” para as meninas da favela.
O amor escapa dos dedos como areia, em um boteco da esquina, onde a cada gole de cachaça vão se afogando as mágoas de um amor perdido, até esse amor virar vontade de matar a mulher que o traiu.
E nas Igrejas? Onde o amor a cristo é vendido em sacos de supermercado por kilo e com a validade vencida! Exploram o amor das senhoras da comunidade, roubam o amor da criança carente, tiram o amor de Deus gritando: - Pelo amor de Deus!
Ninguém nessa terra sabe o que significa o Amor de Deus! Nem o pastor da “Deus é Amor” sabe o que é isso! Nem o “bispo-messias” sabe! Ninguém sabe de porra nenhuma! Somos todos um bando de zumbis que acham que sabem amar, mas na verdade nós não amamos nem a nós mesmos. Que dirá amar o próximo.
Só as mães sabem amar de verdade!

“...pra não dizer que eu não falei de flores...”